Perdemos, ponto final.
E perdemos, acima de tudo, por culpa própria, frente a um adversário que lutou, até ao fim, para levar de vencida a partida o que, com mérito, veio a conseguir.
Feito o devido preâmbulo emergem duas causas para o resultado verificado, uma interna e a outra externa.
1) causa interna
A nossa equipa tem uma média de idade acima dos 36 anos e não faz recurso do bónus criado pelo regulamento que permite às equipas todas as semanas trazerem novos jogadores o que, sendo assim legítimo, não deixa de ser questionável.
Consequentemente não possuímos a mesma frescura física das equipas adversárias neste campeonato o que se reflecte nas nossas segundas partes com reflexo igualmente na capacidade de concentração da equipa.
Vale-nos a maior valia técnica de alguns aliada à experiência de outros e à garra de todos.
A prova do acima exposto é simples: se contabilizarmos os resultados ao intervalo nos nossos jogos estamos a disputar o 1º lugar do campeonato.
2) causa externa
Soa a desculpa e é a mais estafada no futebol.
No entanto fica a ideia de sermos uma equipa "simpática" em demasia e, parece um paradoxo, temos pago por isso.
Neste campeonato já fomos massacrados no jogo com os Galácticos com uma arbitragem vergonhosa, já vimos os Sintra chegar ao empate ao minuto 27 e meio por capricho do árbitro entre outros casos mais efémeros.
Quando um árbitro apita a tudo, se é esse o seu critério e para os dois lados temos de aceitar tal como quando têm critério oposto de deixar jogar. Sendo para os dois lados...
Ontem não vimos isso.
Nervoso do final complicado do jogo anterior teve uma dualidade de critérios notória.
Vejamos:

1ª parte: Ricardo ultrapassa o ultimo adversário e quando tenta isolar-se é derrubado em falta ostensiva por detrás. Falta assinalada sem qualquer cartão ao infractor.
2ª parte: Bruno derruba um adversário junto à linha lateral em lance sem perigo e vê o cartão amarelo!
1ª parte: Rui Jesus passa o guarda-redes adversário e quando tenta visar a baliza deserta é afastado do lance, em falta, pelo oponente. Não se atirou para o chão mas perdeu a ocasião e o árbitro fechou os olhos ao penalty.
2ª parte: Alex, dentro da área, ultrapassa o adversário e prepara o remate. Contudo, o seu oponente faz carrinho em último recurso derrubando-o num penalty claríssimo. O árbitro, bem colocado e sem jogadores a taparem a visão volta a ignorar.
Todo o jogo: em vários lances em que deixou seguir perante os gritos de pedido de falta dos adversários voltava atrás e assinalava.
Lance caricato: o último jogador da defesa dos Gorditos atrapalha-se e deixa escapar a bola com Cardoso por perto a poder isolar-se. Atrapalha-se de tal maneira que se estatela no chão. O árbitro assinala prontamente uma falta imaginária do Cardoso, que estava a mais de um metro do adversário, cortando a nossa jogada de perigo eminente!
Aliás, o descontrolo foi tal, que no lance à beira do fim do qual saiu o Bruno magoado assinalou pontapé de baliza e perante o nosso coro de protesto pela violência do lance, apesar de se ter tratado de uma jogada casual com choque entre os dois jogadores, mudou a sua decisão para canto a título de pequena compensação!
Não queremos ser beneficiados mas para situações destas recusaremo-nos a pagar quase 900€ para nos sentirmos defraudados.
É válido o argumento que quem domina por completo o jogo como o fizemos na primeira parte teria de saber obter outro resultado.
É certo que já na segunda parte se o Flores, ao invés de tentar o golo impossível sem ângulo e com o guarda redes à frente, passa-se a bola para o Pedro, isoladíssimo à frente da baliza deserta, fazer o 2-0 a história poderia ser outra, mas o resto não pode ser ignorado.
É chegada a altura de reflectir a nossa postura e presença nesta competição.
A título meramente pessoal acho que deveremos aproveitar estes últimos jogos que faltam disputar apenas pelo mero prazer de cada jogo, ignorando a competição e a classificação e dando tempo de jogo a todos os que fazem parte do mais importante: o nosso grupo, a nossa equipa.
Pedro Nunes